Mais um pescador lançado pelas mãos do professor Franco, após muitas horas de viagens em trabalho em conjunto com o José Navalho, onde vou contando as minhas jornadas de pesca ao meu companheiro lá fiz com que começasse a interessar-se pela pesca e comprasse com a minha ajuda material de pesca, não podia ser doutra maneira, grandes injecções de pesca leva ele, só podia dar nisto, em fim podia ser pior!!!
Agora chegava a hora de estrear esse material numa ida ao mar, a vontade e entusiasmo estavam em altas, e lá combinamos a 1ª aula de pesca para este domingo passado.
Por alguém que nunca pescou, a pescar minimamente e ao mesmo tempo fazer com que a cana vergasse pelo menos uma vez e tivesse uma estreia com peixe não ia ser tarefa fácil.
Tinha de escolher um pesqueiro com alguma altura onde o iniciante não se molhasse, e ao mesmo tempo onde pudesse pescar quase na vertical de modo a trabalhar a bóia minimamente e sem grandes pedras à frente onde o fio não se enrolasse, depois de consultar as previsões de mar de 2 metros com tendência a crescer sem vento mas com periudo elevado, com maré de quarto o destino escolhido foi os canhões na Ericeira, no canto sul do porto de pesca.
Chegados bem cedo ao pesqueiro, ainda estava fusco,temperatura amena e o vento nem bulia, para estragar os planos o mar vinha com grandes sets que variam constantemente o pesqueiro e com rasos muito curtos, era praticamente impossível pescar ali à bóia, principalmente para um estreante, tivemos de mudar de local e fomos para o Cavalinho, pois tem pesqueiros com condições idênticas.
Iniciamos a aula com os procedimentos básicos da montagem da cana, escolha de bóias e sua calibragem e a difícil tarefa de empate directo, pelo menos para o aluno que estava com as dificuldades normais de quem se está a iniciar.
Montada a cana, passamos para a 2ª parte da aula, como preparar o engodo, uma breve explicação da melhor maneira de engodar e por ultimo iscar com lombos de sardinha, para os iniciados(e não só) um verdadeiro quebra cabeças.
Alguns lançamentos depois, nova ferragem, desta feita uma salema, que fez subir a adrenalina do José, mas após algumas boas corridas mar dentro acabou por cortar levando o anzol, novo empate com mais dificuldade ainda, por causa da gordura da sardinha, sem desistir lá conseguiu.
Novo lançamento e mais uma salema ferrada, depois de trabalhar o peixe na perfeição contou com a minha ajuda, pondo o camaroeiro ao peixe, apesar do peixe não ser da qualidade desejada, e ainda por cima vinha defeituoso, mas para o estreante isso pouco importava, era ver a alegria por ter conseguido apanhar um peixe grande.
A manhã foi passando, até ao virar da maré ele conseguiu tirar mais uma salema uma tainha, um robalinho e um sargote, ambos devolvidos, eu ainda fiz uns lançamentos mais para o final lá tirei 2 salemas, uma tainha e com algum custo um sargo para a grelha, também devolvi meia dúzia de sargotes, parece mentira, com o mar que estava tinha obrigação de dar uns bons peixes.
Como nem só de peixe vive o pescador, poder ajudar alguém a iniciar-se na pesca, e ser presenteado com a alegria e rasgados sorrisos de orelha a orelha, atrevo-me a dizer que tem mais valor do que tirar um bom exemplar, ou uma latada de peixe, além disso fez-me pensar novamente que o projecto de dar aulas de pesca tem pernas para andar, quem sabe um dia destes não temos uma escola de pesca no Oeste, a ver vamos.
Depois desta 1ª aula é praticar, correr novos locais de pesca, ver os comportamentos dos pesqueiros bem como dos peixes e não tenho duvidas que vai apanhar bons peixes.